COMO A EQUIPE PREPARA UMA MISSA?
6. Por que essa
divisão de Ano A, Ano B e Ano C?
1.
Na ação litúrgica nunca deve faltar a leitura da Palavra de Deus. A reforma da
Liturgia, realizada a partir do Concilio Vaticano II, determinou que se
colocasse uma maior quantidade de textos da Bíblia nas celebrações. Antes, os
textos escolhidos para as Missas eram distribuídos pelo espaço de um só ano.
Quando acabava o ano, voltavam a ser lidos os mesmos textos no ano seguinte.
2.
Com a criação dos três conjuntos, Ano A,
Ano B e Ano C, muitos outros textos foram contemplados. Por exemplo, os textos
do Ano C, que estamos lendo em 2013, só voltaram a ser lidos no ano de 2016. Em
2014 serão os textos do Ano A e em 2015 os do Ano B. Portanto, temos agora três
séries de textos e eles só retornam depois de três anos. Assim, muito mais
textos da Bíblia são trazidos para nossas celebrações.
3.
Além disso, antes do Concílio, a Missa tinha uma leitura, um salmo e o
Evangelho. Agora, nos domingos e nas solenidades, temos a primeira leitura, um
salmo, a segunda leitura e o
Evangelho. Uma leitura a mais, portanto. Com tudo isso, temos mais
oportunidades de meditar a Palavra de Deus. “Fartura de alimento para o povo de
Deus!”
7. E essa
outra divisão de Ano Par e Ano Impar?
1.
Dentro do mesmo critério, a reforma litúrgica do Concílio Vaticano II
estabeleceu que, para as Missas dos dias da semana, duas séries de textos da
Bíblia seriam montadas. Se o ano é par, uma série de leituras; se o ano é
impar, outra série diferente de leituras. Mas isso vale somente para a primeira
leitura; a série do Evangelho permanece a mesma.
2.
Outra modificação importante é que as leituras são contínuas, ou seja, deverão
ser lidas na sequencia do mesmo livro ou carta. Por exemplo: na quinta-feira, a
leitura continua a partir do ponto em que parou na quarta-feira. Isso, é claro,
quando é possível.
8. Os
evangelistas na nova configuração das leituras
1.
É necessário esclarecer também que cada ano litúrgico tem um evangelista como
“titular”: Ano A – São Mateus; Ano B
– São Marcos e Ano C – São Lucas. Isso significa que, na série
de leituras organizadas para cada ano, nas Missas de domingo, há um destaque
especial para os textos do evangelista titular daquele ano, ou seja, ele vai
aparecer mais do que os outros.
2.
Nas Missas de Domingo, sobretudo os do Tempo Comum, via de regra, as leituras
serão do evangelista do ano. Mas é preciso notar que durante o tempo Pascal, em
cada ano, o evangelista titular é São
João. Isso porque ele não entrou como “titular” nos anos A, B e C. Seus
textos parece que se prestam mais à meditação do mistério pascal.
3.
Agora, nas Missas dos dias de semana, os quatro evangelistas vão aparecendo
conforme o andamento do ano litúrgico.
9. Qual é a
lógica na composição do Ano Litúrgico?
1.
Todos os que servem a comunidade por meio dos ministérios litúrgicos devem ter
bem claro que a Igreja, em sua sabedoria e em seu zelo pela salvação de todos,
organizou as celebrações do Ano Litúrgico como memorial da história da
salvação. A partir do ponto central, que é o mistério pascal, o ano é montado
dentro de uma lógica, de uma sequência cronológica.
2.
Começa com o Tempo do Advento –
preparação para o Natal (quatro semanas antes do dia 25/12);
3.
Vem em seguida o Tempo do Natal –
Nascimento de Jesus e festas ligadas ao mistério da encarnação (Sagrada
Família; Santa Mãe de Deus, Maria; Epifania e Batismo do Senhor).
4.
Um pouco mais para frente vem o Tempo da
Quaresma – preparação para a Páscoa (seis semanas, incluindo o Domingo de
Ramos ou da Paixão).
5.
Aí vem o ponto alto das celebrações, o Tríduo
Pascal e o Tempo Pascal – Ceia do Senhor, Paixão do Senhor, Vigília Pascal,
Ressurreição do Senhor e os Domingos seguintes, incluindo Pentecostes.
6.
Após Pentecostes, predomina o Tempo Comum
– são trinta e quatro semanas, das quais algumas, dependendo do calendário, são
colocadas logo após o Batismo do Senhor e as outras, após Pentecostes até a
festa de Cristo Rei e Senhor do Universo.
Convém
informar que, no decorrer do ano, vão acontecendo também muitas outras
celebrações: Festas do Senhor, de Nossa Senhora, dos Santos, etc.
A
grosso modo, podemos dizer que o Ano Litúrgico se divide em duas partes:
a)
Do Advento até Pentecostes: Deus quer, na sua bondade e misericórdia, nos oferece
a Vida Plena, salvando-nos por meio de seu Filho Jesus, que se encarnou, por
nós deu a vida resgatando-nos através de sua paixão, morte, ressurreição e
ascensão. Por último, nos enviou seu Espírito Santo.
b)
De Pentecostes até Cristo Rei: O Tempo Comum celebra o
esforço que fazemos para responder a esse Deus que nos oferece a Vida Plena. É
um tempo de acolher a Palavra, de tornar-se cada vez mais discípulo e
missionário, tentando, com a graça de Deus, implantar o seu Reino, até que o
Senhor seja tudo em todos, na solenidade de Jesus Cristo, vencedor e Senhor de
todo o Universo.
Clodoaldo Montoro
Publicado na Liturgia Diária “Deus Conosco” do
mês de maio de 2013.
Um comentário:
adorei muito sabias informçoes
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