quarta-feira, 5 de junho de 2013

Equipes de Liturgia – Parte 6



COMO A EQUIPE PREPARA UMA MISSA?

4. As ilustrações alegóricas nas celebrações litúrgicas

1. As ações litúrgicas são, por sua própria natureza, carregadas de símbolos e sinais. Aprendemos no Catecismo que os sacramentos são sinais sagrados, sensíveis que nos comunicam a graça de Deus. Deus invisível se comunica conosco através de sinais visíveis. Nesse sentido podemos entender porque Jesus é chamado de sacramento do Pai, pois quem vê Jesus, vê o Pai (Jo. 12,45). Da mesma forma, a Igreja é considerada o sacramento de Cristo, pois a Igreja-Povo de Deus revela Cristo ao mundo.

2. Com isso, estamos querendo dizer que as celebrações litúrgicas se fazem sempre com uma variedade de ritos, que por sua vez são constituídos de sinais e ações simbólicas. Por isso, são importantes o espaço sagrado, o ambiente onde nos reunimos, as vestes, os utensílios, o falar, o cantar, o silêncio, os gestos corporais (em pé, sentados, ajoelhados, com as erguidas, com as mãos postas, com a cabeça inclinada, com os olhos fechados), as movimentações (as procissões, as reverências, as genuflexões, o abraço...).

3. Nas celebrações litúrgicas, a comunicação não se dá apenas de forma verbal, intelectual (discursos, leituras, recitações, orações), mas também por meio de imagens, de quadros, de gestos, de coreografias. A isso chamamos de ilustrações alegóricas.

4. Como a Equipe de Liturgia pode ajudar a assembleia a compreender e expressar melhor as realidades celebradas na fé? Entre outras coisas, por meio das ilustrações alegóricas. Ilustrações alegóricas são montagens, obra de pintura ou escultura ou de dança que representam uma ideia abstrata por meio de formas que a tornam mais facilmente compreensível.

5. Na Missa, a procissão de entrada pode ser feita em forma de uma ilustração alegórica. O Presidente da celebração (Sacerdote), os outros sacerdotes, os diáconos, os ministros (leitores, ministros da comunhão), os acólitos, os que trazem as velas acesas, o que traz o turíbulo, o que traz a cruz processional, todos entram caminhando pela nave central em direção ao altar. A assembleia reunida, enquanto canta, contempla essa procissão e entende aquilo não apenas como algo meramente funcional, mas como sinal de uma outra realidade. Aquele grupo que vai em direção ao altar simboliza a Igreja de Jesus, Povo de Deus em marcha, que caminha pelas estradas da vida, rumo ao seu destino, o céu.

6. Um outro exemplo: no início do tempo da Quaresma, além do que é feito para a abertura da Campanha da Fraternidade, com explicação dos objetos, anúncio do tema, apresentação do Cartaz, do Hino e da Oração, a Equipe Litúrgica pode preparar o presbitério com um arranjo especial. Cuidar da sobriedade, pois se trata de um tempo de penitência. Em vez dos costumeiros enfeites com flores, toalhas ornamentais, castiçais dourados e reluzentes, colocar uma cruz de tamanho médio fincada e sustentada por algumas pedras; um pano de cor roxa pendurado, apoiado nos dois braços; pode ser acrescentado ainda um vaso com uma planta rústica, com galhos secos e com espinhos. Esse conjunto é, sem dúvida, uma mensagem sem palavras, apenas com imagens simbólicas.

7. Espero que com esses dois exemplos fique mais compreensível o que a Equipe de Liturgia pode fazer, sempre em conformidade com o Pároco, para realizar uma comunicação através de ilustrações alegóricas. Essas ilustrações podem ajudar a comunidade a celebrar com maior consciência e participação.

5. A Equipe de Liturgia e os graus de comemoração

1. Para que uma Equipe de Liturgia possa preparar bem as celebrações, torna-se indispensável que seus membros conheçam e saibam distinguir a importância dos diversos graus de comemoração litúrgica. No calendário da Igreja ocorrem comemorações que podem ser assim classificadas:

2. SOLINIDADES – São as comemorações mais importantes: Tríduo Pascal da Paixão e da Ressurreição do Senhor (Quinta-feira da Santa Ceia, Sexta-feira da Paixão e Vigília Pascal). Natal, Epifania, Ascensão e Pentecostes. Domingos do Advento, da Quaresma e da Páscoa. Quarta-feira de Cinzas. Solenidades do Senhor, da Bem-aventurada Virgem Maria e de alguns Santos. Comemoração dos fiéis defuntos. Solenidades dos Padroeiros.

3. FESTAS – Festas do Senhor. Domingos do tempo do Natal e do tempo comum. Festas da Bem-aventurada Virgem Maria e dos Santos.

4. MEMÓRIAS – A) Obrigatórias: Santos inscritos no Calendário Geral. B) Facultativas: Santos inscritos no Calendário Geral (Há liberdade de escolha e geralmente são celebradas somente se tiverem significação no país ou região).

5. Nas Solenidades, a Missa é composta de duas leituras, mais o Evangelho; geralmente canta-se (reza-se) o hino do Glória; faz-se a Profissão de fé. Nas Festas, canta-se (reza-se) o hino do Glória, mas não é prescrita a Profissão de fé.

6. É sempre necessário que a Equipe Litúrgica consulte o Diretório da Liturgia, publicado pela CNBB para cada ano, pois ali encontram-se as informações necessárias sobre o que é indispensável para a preparação da Missa. Por exemplo: para o dia 19/05/2015 – Domingo. SOLENIDADE DE PENTECOSTES. Paramentos de cor vermelha. Missa própria; hino do Glória; recitação da Sequência; Profissão de Fé; Prefácio próprio.

(Continuaremos o assunto no próximo número.)

Clodoaldo Montoro
Publicado na Liturgia Diária “Deus Conosco” do mês de abril de 2013.

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