segunda-feira, 9 de junho de 2014

História dos Concílios Gerais da Igreja - Parte 2

Vou falar agora pra não ter que falar depois né! kkk Como prometido, aqui está a segunda parte da nossa publicação falando sobre os Concílios na Igreja Católica! Se você não leu a primeira parte falando sobre os "Concílios do Primeiro Milênio", clique AQUI para ler!

E depois aproveite para ler a segunda parte que publico agora!

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2. Concílios Medievais: o poder do papado atingiu seu auge na Idade Média e os concílios desse período foram dedicados à organização da Igreja e ao controle de suas estruturas internas. Os documentos conciliares são aprovados exclusivamente pelo Papa, que passa a convocar e coordenar os trabalhos com pulso de ferro. Uma linguagem legalista e menos teológica invade os documentos conciliares e reafirma uma monarquia papal. O conjunto desses sete concílios pode ser visto dentro de um único conjunto de fortalecimento da hierarquia eclesiástica.

a) Latrão I: Latrão era a residência do Papa em Roma. Nessa residência acontecerão quatro concílios, todos reafirmando o poder papal na Igreja. O papa Calisto II impôs um ritmo formal ao encontro, que decidiu sobre as “investiduras”, ou seja, a nomeação de cargos eclesiásticos por leigos. Outro assunto foram as cruzadas à Terra Santa, que entrariam na pauta nos próximos concílios.

b) Latrão II: sem muita novidade, este concílio simplesmente reforçava a autoridade papal sobre a vida da Igreja local pelo mundo afora. A readmissão e o castigo aos heréticos entraram em pauta e este concílio começou a descrever com detalhes como deveriam ser tratados os infiéis. Foi convocado por Inocêncio II.

c) Latrão III: contou com um participação inédita em termos de concílio, conseguindo reunir participantes de quase todas as partes da Europa e delegados orientais. A afirmação da unidade papal foi discutida pois haviam cisma na Igreja e presença de antipapas. Neste concílio definiu-se as primeiras regras para a eleição papal a partir do colégio dos cardeais. Este concílio condenou os heréticos Cátaros e reafirmou suspensão de penitências para que se dispusesse a ajudar nas Cruzadas.

d) Latrão IV: concílios cada vez mais esplendorosos tomavam conta da Igreja e nesse encontro mais de 400 representantes de igrejas locais compareceram, além de mais de oitocentos representantes de instituições religiosas diversas. Neste concílio temos um “instantâneo” da Idade Média, descrito nos seus documentos e decisões. Houve grande discussão sobre penas aos heréticos e como investigar heresias entre as pessoas. Este concílio convocou mais uma Cruzada à Terra Santa e definiu relações entre cristãos, judeus e muçulmanos. Foi usada a palavra “transubstanciação” para falar do mistério eucarístico e estabelecido o dever de comungar ao menos na Páscoa de cada ano.

e) Lyon I: o objetivo desse concílio era político, derrubar o imperador Frederico II, acusado de heresia. Na verdade o papa Inocêncio IV não admitia o sucesso de negociações que Frederico havia conseguido com os muçulmanos. Este concílio se preocupou com o financiamento das Cruzadas e prometeu indulgências aos ricos que doassem dinheiro para as incursões da igreja no Oriente.

f) Lyon II: conduzido pelo Papa Gregório X, este concílio trabalhou com material trazido pelos bispos de suas dioceses de origem. Novas regras da eleição papal foram definidas. A unificação da Igreja Ocidental e Oriental esteve na pauta, com a retomada da questão do “filioque” (doutrina que afirma que o Espírito Santo procede do Pai e do Filho e que é rejeitada pelo Oriente Cristão). A primazia de Roma sobre os patriarcado Orientais também foi pauta, mas sem solução clara. Outra conquista de Lyon II foi a definição do Conclave para a eleição do Papa.

g) Vienne: reunido num período em que o papado residiu em Avinhão (na França) este concílio teve forte influência secular. O rei francês Filipe queria que o atual papa, Clemente V, excomungasse seu antecessor, Bonifácio, por heresia, pois este tinha contrariado o rei francês com relação ao Ordem dos Templários, ricos cavaleiros medievais. Clemente aparentemente cede, mas não passa os bens dos Templários para o rei francês e ainda faz um elogio a Bonifácio no concílio. Também houve a condenação do movimento das beguinas, uma espécie de vida religiosa paralela na Igreja. Este concílio também decidiu pelo ensino de idiomas clássicos e quase extintos nas universidades cristãs, para melhorar o estudo da Bíblia Sagrada.

Fonte: Portal A12

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Espero que tenham gostado da nossa segunda parte das publicações sobre os Concílios na Igreja Católica! E na próxima semana, a terceira parte "Concílios da Reforma", clique AQUI para ler. 

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