Jesus não necessitava do Batismo de João Batista. Ele aceitou o Batismo para se tornar solidário aos pecadores. Mesmo sem pecado, Jesus desejou estar no meio dos pecadores. O Senhor quis descer para resgatar a todos, pois o caminho da salvação é o rebaixamento que torna possível encontrar o caído onde ele está. Jesus percebeu que algo precioso na pregação de João: todos eram admitidos para o Batismo no Jordão, independente de sua classe, sexo ou posição. Bastava se arrepender e mudar de vida. Para ser solidário a este povo excluído da religião judaica (pobres, mulheres, publicanos...), Jesus aceitou o sinal de João.
Além disso, o Batismo de Jesus manifesta o Espírito e marca
o início de sua missão. A ação do Espírito faz dele o ungido do Pai: é o Cristo (=Messias, ungido, enviado), aquele que
recebeu a missão de entregar-se pela humanidade. “Jesus de Nazaré foi ungido
por Deus com o Espírito e com poder. Ele andou por toda a parte fazendo o bem e
curando...” (At 10,38).
Todos os evangelhos sinóticos narram o Batismo de Jesus. A
marca do Evangelista Lucas é a descida do Espírito Santo sobre o Senhor, quando
o mesmo se encontra em
oração. A vida de Jesus é toda conduzida pelo Espírito Santo.
Mas é na intimidade, na sua relação com o Pai, em sua vida de oração, que o
Jesus descobre os caminhos que deve trilhar. Sua vida é movida a partir da
intimidade com o Pai, na unidade com o Espírito.
A festa deste dia nos traz importantes lições. Como Jesus,
somos convidados a solidariedade com os sofredores. É necessário ter verdadeira
compaixão, ou seja, sofrer com aquele que sofre.
Além disso, somos batizados no Espírito, que orienta,
suscita e fortalece. Este mesmo Espírito nos faz cristãos (=ungidos, enviados).
Este Espírito nos move na medida em que nos abrimos. Tal abertura se dá quando estamos
dispostos a fazer a vontade do Pai, e a vontade do Pai é revelada e fixada em
nosso coração pela oração. Seguindo o exemplo de Jesus, não rezaremos como
interesseiros que desejam um Deus escravo de nossos desejos, mas para descobrir
a vontade do Pai e para se abrir à ação do Espírito. Como batizados, deveremos
curar as doenças, ser luz, testemunhar o amor de Deus...
O Batismo nos mergulhou no mistério trinitário. Fez-nos
participantes do mistério Pascal de Cristo. Estamos neste mundo para viver como
filhos amados em Cristo, e animados pelo Espírito do Senhor. Pelo Batismo, as
mortes são geradoras da vida, quando cada sofrimento é visto na dinâmica da
Páscoa.
Pe. Roberto Nentwig
Fonte: Blog Catequese e Bíblia.
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