quarta-feira, 30 de outubro de 2013

O purgatório na Bíblia

Muitos me perguntam onde está na Bíblia o Purgatório? Ele é uma exigência da razão e mesmo da caridade de Deus por nós. A palavra “Purgatório” não existe na Bíblia, foi criada pela Igreja, mas a realidade, o “conceito doutrinário” deste estado de purificação existe amplamente na Sagrada Escritura como vamos ver. A Igreja não tem dúvida desta realidade por isso, desde o primeiro século reza pelo sufrágio das almas do Purgatório.

1 - São Gregório Magno (†604), Papa e doutor da Igreja, explicava o Purgatório a partir de uma palavra de Jesus: “No que concerne a certas faltas leves, deve-se crer que existe antes do juízo um fogo purificador, segundo o que afirma aquele que é a Verdade, dizendo que se alguém tiver pronunciado uma blasfêmia contra o Espírito Santo, não lhe será perdoado nem no presente século nem no século futuro (Mt 12,31). Desta afirmação podemos deduzir que certas faltas podem ser perdoadas no século presente, ao passo que outras, no século futuro” (Dial. 41,3). O pecado contra o Espírito Santo, ou seja a pessoa que recusa de todas as maneiras os caminhos da salvação, não será perdoado nem neste mundo, nem no mundo futuro. Mostra o Senhor Jesus, então, neste trecho, implicitamente, que há pecados que serão perdoados no mundo futuro, após a morte.

2 - O ensinamento sobre o Purgatório tem raízes já na crença dos próprios judeus do Antigo Testamento; cerca de 200 anos antes de Cristo, quando ocorreu o episódio de Judas Macabeus. Narra-se aí que alguns soldados judeus foram encontrados mortos num campo de batalha, tendo debaixo de suas roupas alguns objetos consagrados aos ídolos, o que era proibido pela Lei de Moisés. Então Judas Macabeus mandou fazer uma coleta para que fosse oferecido em Jerusalém um sacrifício pelos pecados desses soldados. “Então encontraram debaixo da túnica de cada um dos mortos objetos consagrados aos ídolos de Jâmnia, coisas proibidas pela Lei dos judeus. Ficou assim evidente a todos que haviam tombado por aquele motivos… puseram-me em oração, implorando que o pecado cometido encontrasse completo perdão… Depois [Judas] ajuntou, numa coleta individual, cerca de duas mil dracmas de prata, que enviou a Jerusalém para que se oferecesse um sacrifício propiciatório. Com ação tão bela e nobre ele tinha em consideração a ressurreição, porque, se não cresse na ressurreição dos mortos, teria sido coisa supérflua e vã orar pelos defuntos. Além disso, considerava a magnífica recompensa que está reservada àqueles que adormecem com sentimentos de piedade. Santo e pio pensamento! Por isso, mandou oferecer o sacrifício expiatório, para que os mortos fossem absolvidos do pecado” (2Mc 12,39-45).

O autor sagrado, inspirado pelo Espírito Santo, louva a ação de Judas: “Se ele não esperasse que os mortos que haviam sucumbido iriam ressuscitar, seria supérfluo e tolo rezar pelos mortos. Mas, se considerasse que uma belíssima recompensa está reservada para os que adormeceram piedosamente, então era santo e piedoso o seu modo de pensar. Eis porque ele mandou oferecer esse sacrifício expiatório pelos que haviam morrido, afim de que fossem absolvidos do seu pecado”. (2 Mac 12,44s) .Neste caso, vemos pessoas que morreram na amizade de Deus, mas com uma incoerência, que não foi a negação da fé, já que estavam combatendo no exército do povo de Deus contra os inimigos da fé. Cometeram uma falta que não foi mortal.

Fica claro no texto de Macabeus que os judeus oravam pelos seus mortos e por eles ofereciam sacrifícios, e que os sacerdotes hebreus já naquele tempo aceitavam e ofereciam sacrifícios em expiação dos pecados dos falecidos e que esta prática estava apoiada sobre a crença na ressurreição dos mortos. E como o livro dos Macabeus pertence ao cânon dos livros inspirados, aqui também está uma base bíblica para a crença no Purgatório e para a oração em favor dos mortos.

3 - Com base nos ensinamentos de São Paulo, a Igreja entendeu também a realidade do Purgatório. Em 1Cor 3,10, ele fala de pessoas que construíram sobre o fundamento que é Jesus Cristo, utilizando uns, material precioso, resistente ao fogo (ouro, prata, pedras preciosas) e, outros, materiais que não resistem ao fogo (palha, madeira). São todos fiéis a Cristo, mas uns com muito zelo e fervor, e outros com tibieza e relutância. E S. Paulo apresenta o juízo de Deus sob a imagem do fogo a provar as obras de cada um. Se a obra resistir, o seu autor “receberá uma recompensa”; mas, se não resistir, o seu autor “sofrerá detrimento”, isto é, uma pena; que não será a condenação; pois o texto diz explicitamente que o trabalhador “se salvará, mas como que através do fogo”, isto é, com sofrimentos.

4 - Na passagem de Mc 3,29, também há uma imagem nítida do Purgatório:”Mas, se o tal administrador imaginar consigo: ‘Meu senhor tardará a vir’. E começar a espancar os servos e as servas, a comer, a beber e a embriagar-se, o senhor daquele servo virá no dia em que não o esperar (…) e o mandará ao destino dos infiéis. O servo que, apesar de conhecer a vontade de seu senhor, nada preparou e lhe desobedeceu será açoitado com numerosos golpes. Mas aquele que, ignorando a vontade de seu senhor, fizer coisas repreensíveis será açoitado com poucos golpes.” (Lc 12,45-48). É uma referência clara ao que a Igreja chama de Purgatório. Após a morte, portanto, há um “estado” onde os “pouco fiéis” haverão de ser purificados.

5 - Outra passagem bíblica que dá margem a pensar no Purgatório é a de (Lc 12,58-59): “Ora, quando fores com o teu adversário ao magistrado, faze o possível para entrar em acordo com ele pelo caminho, a fim de que ele não te arraste ao juiz, e o juiz te entregue ao executor, e o executor te ponha na prisão. Digo-te: não sairás dali, até pagares o último centavo.”

O Senhor Jesus ensina que devemos sempre entrar “em acordo” com o próximo, pois caso contrário, ao fim da vida seremos entregues ao juiz (Deus), nos colocará na “prisão” (Purgatório); dali não sairemos até termos pago à justiça divina toda nossa dívida, “até o último centavo”. Mas um dia haveremos de sair. A condenação neste caso não é eterna. A mesma parábola está´ em Mt 5, 22-26: “Assume logo uma atitude reconciliadora com o teu adversário, enquanto estás a caminho, para não acontecer que o adversário te entregue ao juiz e o juiz ao oficial de justiça e, assim, sejas lançado na prisão. Em verdade te digo: dali não sairás, enquanto não pagares o último centavo” . A chave deste ensinamento se encontra na conclusão deste discurso de Jesus: “serás lançado na prisão”, e dali não se sai “enquanto não pagar o último centavo”.

6 - A Passagem de São Pedro 1Pe 3,18-19; 4,6, indica-nos também a realidade do Purgatório:”Pois também Cristo morreu uma vez pelos nossos pecados (…) padeceu a morte em sua carne, mas foi vivificado quanto ao espírito. É neste mesmo espírito que ele foi pregar aos espíritos que eram detidos na prisão, aqueles que outrora, nos dias de Noé, tinham sido rebeldes (…).” Nesta “prisão” ou “limbo” dos antepassados, onde os espíritos dos antigos estavam presos, e onde Jesus Cristo foi pregar durante o Sábado Santo, a Igreja viu uma figura do Purgatório. O texto indica que Cristo foi pregar “àqueles que outrora, nos dias de Noé, tinham sido rebeldes”. Temos, portanto, um “estado” onde as almas dos antepassados aguardavam a salvação. Não é um lugar de tormento eterno, mas também não é um lugar de alegria eterna na presença de Deus, não é o céu. É um “lugar” onde os espíritos aguardavam a salvação e purificação comunicada pelo próprio Cristo.

Prof. Felipe Aquino 

domingo, 27 de outubro de 2013

Atividades de Catequese: Todos os Santos ano C 2013

Celebrar a Solenidade de todos os Santos é uma alegria, pois nos lembramos de todos aqueles (e não são só os santos canonizados pela Igreja e que hoje estão em nossos altares) mas todos aqueles que morreram na graça de Deus e hoje alcançaram o prêmio eterno que é a vida com Deus!

Nossa atividade de hoje tem esta intenção! De lembrar e acender o amor de cara catequizando para um dia todos nós chegarmos à morada celeste!




Espero que gostem das nossas "Sementes da fé!". Leia com atenção este recadinho aqui: 
 
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Atividades de Catequese: Fiéis Defuntos ano C 2013

O Ano Litúrgico está acabando, e estamos nos aproximando de uma data especial em que a Igreja se lembra de modo especial dos Fiéis Defuntos! É uma data em que mais do que nunca devemos rezar pelas almas que estão no purgatório, como pede a Igreja através do CIC 1032 que trás a passagem: "Eis por que ele (Judas Macabeu) mandou oferecer esse sacrifício expiatório pelos que haviam morrido, a fim de que fossem absolvidos de seu pecado." (2Mc. 12,46). 

E este sacrifício, são as Missas e nossas orações dedicadas às almas do purgatório!



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Fiquem com Deus e até a próxima semana com mais uma das nossas "Sementes da fé!".


sábado, 19 de outubro de 2013

Atividades de Catequese: 30º Domingo do Tempo Comum ano C 2013

Como você se comporta diante do Senhor?!... Como um homem que se julga diferente dos demais e que não tem pecado e por isso merece ser exaltado diante de Deus, ou como um pecador indigno de estar na presença do senhor e se humilha perante sua condição humana?!

O Evangelho de hoje (Lc. 18,9-14) vem nos questionar sobre nossa postura diante de Deus e diante dos irmãos e irmãs em Cristo Jesus! E nossa nova atividade quer te ajudar a discernir qual é a verdadeira postura do cristão! 


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Fiquem com Deus e até a próxima semana com mais uma das nossas "Sementes da fé!".

domingo, 13 de outubro de 2013

Atividades de Catequese: 29º Domingo do Tempo Comum ano C 2013

"Respeito é bom e todo mundo gosta!"; quem nunca ouviu este ditado não é verdade?! Jesus hoje vem nos ensinar a importância de rezarmos sempre, principalmente diante das dificuldades que podem nos causar um prejuízo muito grande na alma. Você sabe de que prejuízo estou falando?!... O da incredulidade!

A parábola que Jesus nos conta hoje (Lc 18,1-8), mostra a realidade de muitos homens e mulheres nos dias atuais, que da mesma forma que aquele juiz não acreditava em Deus e não O temia, e por isso só promovia a injustiça e a discórdia, se valendo do poder que tinha em mãos.

É por isso que devemos rezar e rezar sempre! Rezar nos momentos bons, rezar nos momentos difíceis e rezar ainda mais nos momentos ruins em que estamos sendo provados na nossa fé, para que não caiamos no erro de achar que Deus se esqueceu da gente, ou até mesmo no erro de acharmos que Deus não existe e por isso podemos fazer tudo que quisermos!

E para te ajudar a compreender esta importante lição que Jesus quer nos ensinar, preparei esta pequena atividade de catequese para te ajudar!

Espero que gostem das nossas "Sementes da fé!". Leia com atenção este recadinho aqui: 

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sábado, 5 de outubro de 2013

Atividades de Catequese: 28º Domingo do Tempo Comum ano C 2013

Você agradece a Deus por todos os favores que Ele te concede na sua vida?!... Você agradece a Deus por Ele ter te concedido acordar com saúde e ter vida para evangelizar mais um dia?!... Pois é, muitos de nós infelizmente não agradecemos a Deus o milagre que Ele nos concede a cada dia, que é o dom da vida!

No Evangelho de hoje (Lc. 17,11-19) Jesus vem nos questionar: “Não foram dez os curados? E os outros nove, onde estão? Não houve quem voltasse para dar glória a Deus, a não ser este estrangeiro?” 

Nossa atividade desta semana quer te ajudar a agradecer a Deus pelo dom da sua vida, e por Ele te conceder mais um dia de vida para ter a chance de evangelizar e de mostrar para nossos irmãos e irmãs em Cristo Jesus o misericordioso amor que Deus tem por cada um de nós.


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Atividades de Catequese: Nossa Senhora Aparecida ano C 2013

Feliz é um povo que tem Maria para chamar de mãe, não é verdade?! Nós brasileiros temos a alegria de ter Maria como mãe, e com o título de Aparecida! Ela escolheu nos proteger e ficar entre nós, através de uma imagem simples, belíssima!

Podemos dizer que ela é única para nós, porque tem a cor do povo brasileiro! Cor daquele povo tão sofrido que a encontrou nas águas do rio Paraiba e que hoje peregrina de todos os cantos do país para venerá-la em sua Basílica!


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sexta-feira, 4 de outubro de 2013

São Francisco de Assis



Francisco nasceu em Assis, na Úmbria (Itália) em 1182. Jovem orgulhoso, vaidoso e rico, que se tornou o mais italiano dos santos e o mais santo dos italianos.


Com 24 anos, renunciou a toda riqueza para desposar a “Senhora Pobreza”. Aconteceu que Francisco foi para a guerra como cavaleiro, mas doente ouviu e obedeceu a voz do Patrão que lhe dizia: “Francisco, a quem é melhor servir, ao amo ou ao criado?”. Ele respondeu que ao amo. “Porque, então, transformas o amo em criado?”, replicou a voz. No início de sua conversão, foi como peregrino a Roma, vivendo como eremita e na solidão, quando recebeu a ordem do Santo Cristo na igrejinha de São Damião: “Vai restaurar minha igreja, que está em ruínas”.

Partindo em missão de paz e bem, seguiu com perfeita alegria o Cristo pobre, casto e obediente. No campo de Assis havia uma ermida de Nossa Senhora chamada Porciúncula. Este foi o lugar predileto de Francisco e dos seus companheiros, pois na Primavera do ano de 1200 já não estava só; tinham-se unido a ele alguns valentes que pediam também esmola, trabalhavam no campo, pregavam, visitavam e consolavam os doentes. 

A partir daí, Francisco dedica-se a viagens missionárias: Roma, Chipre, Egito, Síria… Peregrinando até aos Lugares Santos. Quando voltou à Itália, em 1220, encontrou a Fraternidade dividida. Parte dos Frades não compreendia a simplicidade do Evangelho. Em 1223, foi a Roma e obteve a aprovação mais solene da Regra, como ato culminante da sua vida.

Na última etapa de sua vida, recebeu no Monte Alverne os estigmas de Cristo, em 1224. Já enfraquecido por tanta penitência e cego por chorar pelo amor que não é amado, São Francisco de Assis, na igreja de São Damião, encontra-se rodeado pelos seus filhos espirituais e assim, recita ao mundo o cântico das criaturas. 

O seráfico pai, São Francisco de Assis, retira-se então para a Porciúncula, onde morre deitado nas humildes cinzas a 3 de outubro de 1226. Passados dois anos incompletos, a 16 de julho de 1228, o Pobrezinho de Assis era canonizado por Gregório IX.
São Francisco de Assis, rogai por nós!