A Exortação Apostólica Evangelii Gaudium – primeiro documento
oficial do Papa Francisco, depois da encíclica a quatro mãos sobre a fé
– será entregue no próximo domingo por Jorge Mario Bergoglio a um bispo,
a um sacerdote e a um diácono depois da missa que se celebrará na Praça São
Pedro, no marco do encerramento do Ano da Fé. Sua apresentação
oficial será no dia 26 de novembro.
A reportagem é de Luca Rolandi e publicada no sítio Vatican
Insider, 18-11-2-013. A tradução é de André Langer.
A notícia foi dada pelo arcebispo Rino Fisichella, presidente
do Pontifício Conselho para a Promoção da Nova Evangelização,
confirmando os outros “sinais” escolhidos pelo Pontífice para o encerramento do
Ano da Fé: a oração com as monjas camaldulenses em um mosteiro no Aventino, no
dia 21 de novembro, o dia dedicado aos catecúmenos, que decidiram receber o
batismo cristão, no dia 23 de novembro, e a exposição das relíquias de São
Pedro, no dia 24 de novembro.
O religioso falou sobre a solene celebração do próximo domingo que começará
às 10h30 na Praça São Pedro. O sinal mais importante desta iniciativa: “A
exposição das relíquias de São Pedro. O Ano da Fé foi concebido como uma
peregrinação ao túmulo de Pedro. Os peregrinos detiveram-se diante do
túmulo e professaram a fé, sinal da unidade da Igreja e síntese do conteúdo de
quanto cremos”.
Após assinalar que é impossível descrever em sua plenitude o que se
viveu em âmbito local, o presidente do Pontifício Conselho para a Promoção
da Nova Evangelização referiu-se a micro iniciativas que em todo o mundo
evidenciaram quão viva permanece a fé dos fiéis, como testemunho da piedade e
do profundo sentido religioso. O magistério do Concílio Vaticano II,
catequese sobre a fé, celebrações, testemunhos de caridade, atividades
culturais. Tudo fica como sinal que atesta o compromisso dos cristãos no mundo.
Este Ano da Fé foi realmente uma experiência de graça e de gratidão ao
Senhor, que ficará nos corações. Recebemos testemunhos comoventes de fé também
nos lugares mais escondidos, de pobreza, de sofrimento, onde os cristãos são
uma pequena minoria. A fé uniu e permitiu recordar a todos o fundamento do
nosso crer: Jesus Ressuscitado, esperança para uma vida nova.
Um compromisso ao qual a Igreja é chamada. Crer significa comunicar a
outros a alegria do encontro com Cristo. A Exortação Apostólica do Papa,
pois, converte-se em uma missão que vem encomendada a todos os batizados para
se converterem em evangelizadores. Simbolicamente, o Papa entregará o texto a
um bispo, a um sacerdote e a um diácono; provêm, respectivamente, da Letônia,
da Tanzânia e da Austrália e são dos mais jovens que foram
recentemente ordenados.
Também participarão “religiosos e religiosas e seguirão representantes
de cada evento deste Ano da Fé: crismados, um seminarista e uma noviça,
uma família, alguns catequistas, um cego (que receberá a carta do Papa
Francisco no formato de áudio), alguns jovens, fraternidades, movimentos”,
explicou Rino Fisichella.
Foi justamente o Papa, pessoalmente, quem havia pré-anunciado sua exortação,
em 04 de junho passado, quando recebeu a secretaria do Sínodo dos Bispos
para enfrentar os temas da exortação pós-sinodal que o Pontífice
tradicionalmente escreve ao término das reuniões sinodais extraordinárias.
A última, do ano passado, centra-se no tema da “nova evangelização” e Bento
XVI não havia composto ainda a exortação quando apresentou sua renúncia.
“Há um problema”, explicou o Papa: “agora deve sair uma encíclica, a quatro
mãos, dizem... o Papa Bento a começou e ma entregou. É um documento
forte, eu direi ali que recebi este grande trabalho: ela foi iniciada por ele e
eu a continuei”. Publicar “neste momento” a “exortação pós-sinodal” poderia
correr o perigo de sobrepor-se e a exortação poderia ficar de certo “oculta”.
“E depois – prosseguiu o Papa –, pensei que o Ano da Fé terminará
(no dia 24 de novembro de 2013) sem um belo documento que pudesse nos ajudar.
Pensei em fazer uma exortação sobre a evangelização em geral e acrescentar-lhe
as coisas do Sínodo”. Um texto, em síntese, que resume as ideias do Sínodo, mas
que compreenda, novamente, o tema da nova evangelização.
Fonte: Instituto Humanitas Unisinos.
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