Antes uma palavrinha minha: Quem tem a alegria de viver aqui na Diocese de Campos dos Goytacazes, tem a alegria de conviver com a tradição viva em nossas cidades! Estou falando da Administração Apostólica São João Maria Vianney que a bons e abençoados anos mantêm viva o Rito Tridentino em nosso país! Por isso hoje estou publicando este polst que retirei do site da Administração Aspotólica (vide no final da publicação) para apresentar o Ano Eclesiástico que nossos irmãos seguem e preservam até os dias atuais!
A
divisão do ano eclesiástico na Forma Extraordinária
O
ano eclesiástico começa no primeiro Domingo do Advento e termina no 24º Domingo
depois de Pentecostes. Compõe-se de estações ou tempos litúrgicos. O PRÓPRIO DO
TEMPO OU CICLO TEMPORAL, revela-nos Nosso Senhor no quadro tradicional dos
grandes mistérios de nossa santa religião. Simultaneamente, desenvolve-se com
este um ciclo secundário, chamado o PRÓPRIO DOS SANTOS ou CICLO SANTORAL,
porque é composto das festas de todas as almas santas nas quais já foi
completada a obra da redenção.
I. O PRÓPRIO DO TEMPO
OU CICLO TEMPORAL
Escrevendo
aos romanos (8,29) São Paulo diz que DEUS NOS PREDESTINOU PARA SERMOS CONFORMES
À MESMA IMAGEM DE SEU DIVINO FILHO. O objetivo da Igreja no sacrifício da missa
é manter-nos em contato estreito com Cristo, fazer-nos semelhantes a Jesus
Cristo, nosso modelo e nosso guia.
É
esta imagem de Cristo, do Filho de Deus, que a Igreja nos apresenta e propõe à nossa
imitação através dos Tempos do ano litúrgico.
Este
círculo ou ciclo divide-se em duas partes: o ciclo do NATAL e o da PÁSCOA, com
dois tempos intermediários. Cada um destes ciclos divide-se ainda em tempo
antes, durante e depois destas grandes festas que tem por fim preparar a alma
para as lutas da vida e dispô-las para celebrar condignamente as festas.
A.
CICLO DO NATAL, OU DA ENCARNAÇÃO
O
Tempo do ADVENTO (Em latim: Adventus) é composto de quatro semanas, durante as
quais, com os patriarcas e profetas, suspiramos pela vinda de Nosso Senhor.
O
do NATAL coloca-nos diante dos olhos o nascimento do Verbo Encarnado, que nasce
em nós pela graça, e a Epifania, ou sua manifestação ao mundo.
Os
DOMINGOS DEPOIS DA EPIFANIA (de 0 a 5 domingos), recordam-nos a vida oculta de
Jesus em Nazaré e revelam-nos a sua divindade.
B.
CICLO DA PÁSCOA, OU DA REDENÇÃO
Dependendo
da lua pascal, este ciclo começa entre as datas extremas de 18 de janeiro e 22
de fevereiro.
Nove
semanas, preparam-nos para a grande festa da Páscoa. São divididas em três
períodos:
a)
O Tempo da SEPTUAGÉSIMA, que durante duas semanas e meia coloca-nos ante os
olhos a vida pública de Nosso Senhor e no-la resume;
b)
O Tempo da QUARESMA, que começa na quarta-feira de cinzas e nos recorda durante
os quarenta dias de penitência o mesmo tempo de jejum que o Senhor fez no
deserto e de que nos convida a participar;
c)
O Tempo da PAIXÃO, que compreende os dois últimos domingos da Quaresma, e nos
apresenta os últimos sofrimentos de Cristo e a sua agonia, para que aprendamos
com Ele a morrer e a ressurgir para a vida.
O
Tempo PASCAL permite-nos participar da maior de todas as festas, i.e., a festa
da Páscoa e sua oitava privilegiada, em que a nossa alma ressuscita com Cristo
e o acompanha, durante as cinco semanas seguintes, nos trabalhos da fundação da
Igreja, até o dia de sua Ascesão ao céu. A festa e a oitava de Pentecostes
encerra este Tempo com a descida do Espírito Santo às nossas almas.
Os
DOMINGOS DEPOIS DE PENTECOSTES (23 a 28 domingos), mostram-nos os frutos de
santidade que o Espírito Santo e os Santos Sacramentos desenvolvem na Igreja e
em seus santos até o fim do mundo. Este último acontecimento é posto diante de
nossos olhos no último domingo de Pentecostes.
A
festa da Páscoa, que constitui o centro do ano eclesiástico, é sempre celebrada
no domingo seguinte ao plenilúnio de março, i.e., o domingo que segue à
primeira lua cheia depois de 21 de março. Daí uma variação de data que pode
estender-se de 22 de março a 25 de abril.
II. O PRÓPRIO DOS
SANTOS OU CICLO SANTORAL
Mas
a Igreja propões outros modelos à nossa devoção e imitação: os santos, cujos
nomes se acham inscritos no calendário de suas festas.
Pio
X, na Bula “Divino afflatu”, estabelece as regras que nos devem orientar na
hierarquização das festas dos santos, que se intercalam no decurso do ano entre
os grandes mistérios do Ciclo cristológico. O primeiro lugar pertence à
SANTÍSSIMA VIRGEM MARIA. Depois vêm os SANTOS ANJOS. A seguir, segundo o maior
ou menor papel que desempenham no mistério da encarnação, SÃO JOÃO BATISTA,
precursor do Messias, SÃO JOSÉ, SÃO PEDRO e SÃO PAULO e os demais apóstolos,
cujas festas foram sempre celebradas com solenidade especial. As festas dos
santos nacionais, padroeiros de dioceses ou paróquias têm também lugar
principal em virtude da gratidão que devemos todos a esses desvelados
protetores. Vêm a seguir as festas da Dedicação das igrejas, dos mártires, dos
pontífices (papas e bispos), dos doutores (Padres da Igreja e mestres
autorizados da palavra divina), dos confessores (daqueles que confessaram com o
exemplo e com a palavra o nome de Deus), das virgens e das santas mulheres.
III. RUBRICAS GERAIS
De
conformidade com o decreto de 26 de julho de 1960, vai explanado aqui o novo
código de rubricas. Por uma contínua referência a esta explanação e ao
calendário, os fiéis podem descobrir no missal que missa deve ser celebrada em
determinado dia. Para os domingos, basta consultar o calendário dominical, pág.
XVIII.
1.
DIAS LITÚRGICOS
Por
dia litúrgico entende-se o dia que é santificado por atos litúrgicos; a Missa é
o seu centro e esse centro é colocado dentro da estrutura do Ofício Divino.
Todos os dias do ano são dias litúrgicos. Há cinco classes de dias litúrgicos:
Domingos, férias, vigílias, festas e oitavas. Férias são os dias da semana em
que não há festa: diz-se normalmente a missa do domingo precedente; contudo as
férias das Quatro-Têmporas, os dias das Rogações e todas as férias da Quaresma
têm missas especiais.
2.
CLASSIFICAÇÃO
Todos
esses dias litúrgicos são doravante, divididos em classes, segundo a sua
dignidade ou importância. Há quatro classes, que vão indicadas abaixo. A
primitiva classificação de duples-maior, duples, simples, dias privilegiados
foi suprimida.
PRIMEIRA
CLASSE
Domingos:
Os Domingos do Advento, da Quaresma e do Tempo da Paixão; o Domingo de Páscoa,
o Domingo in albis e Pentecostes;
Férias:
Quarta-feira de cinzas e todos os dias da Semana Santa;
Vigílias:
do Natal e de Pentecostes;
Festas:
como se indica no missal;
Oitavas:
da Páscoa e de Pentecostes;
SEGUNDA
CLASSE
Domingos:
Todos os domingos que não são de 1ª Classe;
Férias:
As do Advento, de 17 a 23 de dezembro; todas as férias das Quatro-Têmporas,
exceto as de Pentecostes;
Vigílias:
da Ascensão, da Assunção, da Natividade de São João Batista e dos Santos
Apóstolos Pedro e Paulo;
Festas:
como se indica no missal;
Oitava:
do Natal.
TERCEIRA
CLASSE
Férias:
Todas as férias do Advento até 16 de dezembro inclusive, as da Quaresma e as do
Tempo da Paixão;
Festas:
como se indica no missal;
Vigília:
de São Lourenço.
QUARTA
CLASSE
Férias:
Todas as que não são das três classes já mencionadas;
Sábados:
A Missa da Santíssima Virgem aos sábados.
Comemorações:
A Missa das festas reduzidas a meras comemorações, pode ser dita nos dias de 4ª
classe.
OCORRENCIA
No
movimento variável e simultâneo dos Ciclos Temporal e Santoral, acontece às
vezes que os dias litúrgicos do Próprio dos Santos ou do Próprio do Tempo
ocorram no mesmo dia. Isso se chama ocorrência. É de regra que o dia litúrgico
de classe superior tenha precedência sobre o inferior. Este último é omitido,
comemorado ou transferido segundo o caso. Somente as festas de 1ª classe podem
ser transferidas.
Os
Domingos de 1ª classe têm sempre precedência sobre todas as festas, com exceção
da festa da Imaculada Conceição. A maior parte das festas de 2ª classe não mais
tomam precedência sobre o Domingo, e as festas de 3ª classe não se celebram
mais na Quaresma. Daí resulta um aumento de predominância do Próprio do Tempo
sobre o Próprio dos Santos.
Doravante
a Missa de Nossa Senhora aos sábados só pode ser rezada nas férias de 4ª
classe; não mais será permitida durante o Advento. Se uma festa meramente
comemorada ocorre num dia de 4ª classe, tanto se pode dizer a Missa da féria
com comemoração da festa, como a Missa da festa sem comemoração da féria.
MISSAS VOTIVAS
Missas
votivas são aquelas que não estão em conformidade com o Ofício do dia. Elas
podem ser prescritas ou simplesmente permitidas, como missa solene ou rezada,
em certos dias e debaixo de certas condições, conforme os calendários locais.
As Missas Votivas são doravante dividas em quatro classes. Missas Votivas de 4ª
classe só podem ser ditas nos dias de quarta classe. A Missa do Sagrado Coração
nas primeiras sextas-feiras do mês é de 3ª classe, e não se diz mais o Credo. A
solenidade externa da festa que é substituída por um dia litúrgico de classe
superior, pode ser celebrada com uma Missa solene de 2ª classe no mesmo dia, no
domingo ou noutro dia. As Missas Votivas que requerem paramentos brancos ou
vermelhos podem ser ditas na cor da Missa do dia (exceto preto ou roxo).
MISSA DOS DEFUNTOS
As
missas dos defuntos são também dividas em quatro classes. A missa cotidiana dos
defuntos só pode ser dita nos dias de 4ª classe, fora do Tempo do Natal, e não
pode ser dita no sábado em lugar da missa de Nossa Senhora. A sequência “Dies
Irae” pode ser omitida nas Missas dos defuntos, exceto na missa dos funerais.
No dia de Todos os Defuntos ela só pode ser dita na Missa principal ou na
primeira Missa.
MISSAS REZADAS E
MISSAS CANTADAS
As
missas são classificadas como Missas rezadas e Missas cantadas. Estas últimas
dividem-se ainda em Missa solene (com diácono e subdiácono) e Missa
simplesmente cantada, sem ministros. Há ainda a Missa pontifical, celebrada
pelo bispo. Nas Missas cantadas tudo o que o diácono, o subdiácono ou leitor
canta ou lê em virtude de seu ofício, é omitido pelo celebrante. As Missas
podem também ser classificadas: em Missas dialogadas2, que pertencem à classe
das Missas rezadas, mesmo que algumas partes sejam cantadas por outros que não
o celebrante, e em Missas conventuais, que são de obrigação nas catedrais e nas
igrejas dos religiosos adstritos ao coro.
FESTAS
1ª
CLASSE:
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Imaculada Conceição (Branco) 08 de dezembro
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São José (Branco) 19 de março
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Anunciação (Branco) 25 de março
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São José Operário (Branco) 1 de maio
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São João Batista (Branco?) 24 de junho
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Santos Apóstolos Pedro e Paulo (Vermelho) 29 de junho
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Preciosíssimo Sangue de Nosso Senhor (Vermelho) 01 de julho
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Assunção da Santíssima Virgem (Branco) 15 de agosto
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Dedicação de São Miguel (Branco) 29 de setembro
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Festa de Cristo Rei (Branco) Último domingo de outubro
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Todos os Santos (Branco) 01 de novembro
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Todos os Fiéis Defuntos (Negro) 02 de novembro
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Dedicação da Basílica de Latrão (Branco) 9 de novembro
2º
CLASSE:
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Todos os Apóstolos
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Purificação de Nossa Senhora (Branco – roxo até a benção das velas) 2 de
fevereiro
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Cátedra de São Pedro (Branco) 22 de fevereiro
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Realeza de Nossa Senhora (Branco) 31 de maio
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Visitação de Nossa Senhora (Branco) 02 de julho
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Santa Ana (Branco) 26 de julho
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Transfiguração de Nosso Senhor (Branco) 06 de agosto
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São Lourenço (Vermelho) 10 de agosto
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São Joaquim (Branco) 16 de agosto
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Coração Imaculado de Maria (Branco) 22 de agosto
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Natividade de Nossa Senhora (Branco) 8 de setembro
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Exaltação da Santa Cruz (Vermelho) 14 de setembro
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Sete Dores de Nossa Senhora (Branco) 15 de setembro
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Nossa Senhora do Santíssimo Rosário (Branco) 07 de outubro
·
Maternidade da Santíssima Virgem (Branco) 11 de outubro
FONTE:
MISSAL QUOTIDIANO DOS FIÉIS por Dom Gaspar Lefebvre e os Beneditinos da Abadia
de S. André. BIBLIA Bruges, Bélgica. 1962 e publicado no site da Administração Apostólica São João Maria Vianney.
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