Foi publicada, na manhã de terça-feira (13/6), no
Vaticano, a Mensagem do Papa para o Primeiro Dia Mundial dos Pobres, que tem
como tema: "Não amemos com palavras, mas com obras".
O Dia Mundial dos Pobres foi instituído por Francisco, na
conclusão do Ano Santo extraordinário da Misericórdia, com uma Carta Apostólica
intitulada “Misericórdia e mísera”. A celebração, sinal concreto” do Ano
Jubilar, se realizará no XXXIII Domingo do Tempo Comum, que este ano cai em 19
de novembro.
O Papa inicia sua Mensagem, com a citação evangélica do
tema central: "Meus filhinhos, não amemos com palavras nem com a boca, mas
com obras e com verdade".
Estas palavras do apóstolo São João – diz Francisco – são
um imperativo do qual nenhum cristão pode prescindir. A importância do
mandamento de Jesus, transmitido pelo “discípulo amado” até aos nossos dias,
tem pleno sentido diante das palavras vazias que saem da nossa boca.
O amor não admite álibis: quem pretende amar como Jesus
amou, deve assumir o seu exemplo, sobretudo quando somos chamados a amar os
pobres. Aliás, é bem conhecida a forma de amar do Filho de Deus: “Ele nos amou
primeiro, a ponto de dar a sua vida por nós”.
Deste modo, a misericórdia, que brota do coração da
Trindade, se concretiza e gera compaixão e obras de misericórdia pelos irmãos e
irmãs mais necessitados.
Neste sentido, o Santo Padre fez diversas referências da
vida de Jesus, que ecoou, desde o início, na primeira Comunidade eclesial, que
assumiu a assistência e o serviço aos pobres, com base no ensinamento do
Mestre, que proclamou os pobres “bem-aventurados e herdeiros do Reino dos
Céus”.
Contudo, aconteceu que alguns cristãos não deram a devida
atenção a este apelo, deixando-se contagiar pela mentalidade mundana. Mas, o
Espírito Santo soprou sobre muitos homens e mulheres que, de várias formas,
dedicaram toda a sua vida ao serviço dos pobres.
O Papa recordou que, nestes Dois mil anos, numerosas
páginas da história foram escritas por cristãos que, com simplicidade e
humildade, se colocaram a serviço dos seus irmãos mais pobres.
Aqui, citou alguns nomes que mais se destacaram na
caridade, como São Francisco de Assis, testemunha viva de uma pobreza genuína.
O Santo Padre lembra que, para os cristãos, discípulos de
Cristo, a pobreza é, antes de tudo, uma vocação; é seguir Jesus pobre; é o
metro para avaliar o uso correto dos bens materiais.
O nosso mundo, muitas vezes, não consegue identificar a
pobreza dos nosso dias, com suas trágicas consequências: sofrimento,
marginalização, opressão, violência, torturas, prisão, guerra, privação da
liberdade e da dignidade, ignorância, analfabetismo, enfermidades, desemprego,
tráfico de pessoas, escravidão, exílio e miséria. A pobreza é fruto da
injustiça social, da miséria moral, da avidez de poucos e da indiferença
generalizada!
Diante deste cenário, não se pode permanecer inertes e
resignados, afirmou Francisco. Todos estes pobres – como dizia o Beato Paulo VI
– pertencem à Igreja por “direito evangélico” e a obriga à sua opção
fundamental.
Por isso, o Papa conclui sua Mensagem para o Dia Mundial
dos Pobres convidando toda a Igreja a fixar seu olhar, neste dia, a todos os
estendem suas mãos invocando ajuda e solidariedade.
Que este Dia sirva de estímulo para reagir à cultura do
descarte, do desperdício e da exclusão e a assumir a cultura do encontro, com
gestos concretos de oração e de caridade, para uma maior evangelização no
mundo. Os pobres – diz por fim Francisco – não são um problema, mas “um recurso
para acolher e viver a essência do Evangelho”.
Na foto, o Papa abençoa a escultura de Jesus sem teto que
foi colocada na entrada do prédio da Esmolaria Apostólica em março de 2016.
Fonte: Radio Vaticano.
Nenhum comentário:
Postar um comentário