segunda-feira, 17 de março de 2014

Por que se celebra a missa de 7o. dia?


PARA ENTENDER MELHOR



O número sete na Bíblia é igual à perfeição que é = DEUS. Em 7 dias Deus criou o mundo e descansou. Essa tradição de luto de 7 dias nós encontramos na Bíblia:



– O luto de Jacó durou 7 dias (Gn. 50,10)[1]

– Saul foi enterrado e fizeram um jejum de 7 dias (1Sm. 31,13)[2]

– O povo chorou a morte de Judite durante 7 dias (Jt. 16,24)[3]

– O luto por um morto dura 7 dias (Eclo. 22,11)[4]



Para nós é importante continuar essa tradição porque somos Cristãos; homens e mulheres de esperança, cremos na vida eterna e acreditamos que a morte não é o fim de tudo, mas o começo de uma nova vida. “Cristo, morrendo, destruiu a morte e ressuscitando dos mortos deu-nos a vida”.



Quando rezamos diante de um corpo, estamos diante de alguém que, pelo batismo foi o templo da Santíssima Trindade (1Cor. 2,16-17) e confiamos plenamente na ressurreição conforme  Jesus prometeu: “Eu sou a ressurreição e a vida”.



2Mc. 12,43-45 “Então fizeram uma coleta individual, reuniram duas mil moedas de prata e mandaram para Jerusalém, a fim de que fosse oferecido um sacrifício pelo pecado. Ele agiu com grande retidão e nobreza, pensando na ressurreição. Se não tivesse esperança na ressurreição dos que tinham morrido na batalha, seria coisa inútil e tola rezar pelos mortos. Mas, considerando que existe uma bela recompensa guardada para aqueles que são fiéis até a morte, então esse é um pensamento santo e piedoso. Por isso, mandou oferecer um sacrifício pelo pecado dos que tinham morrido, para que fossem libertados do pecado”.



Ecle. 11,7 “Então o pó volta para a terra de onde veio, e o sopro vital retorna para Deus que o concedeu”.



Sb. 3,1-4 “As almas dos justos, ao contrário, estão nas mãos de Deus, e nenhum tormento as atingirá. Aos olhos dos insensatos, aqueles pareciam ter morrido, e o seu fim foi considerado como desgraça. Os insensatos pensavam que a partida dos justos do nosso meio era um aniquilamento, mas agora estão em paz”.



Jó. 19,25-27 “Eu sei que o meu Redentor está vivo e que no fim se levantará acima do pó. Eu mesmo o verei, e não outro; eu o verei com os meus próprios olhos”.



Dn. 12,3 “Muitos que dormem no pó despertarão: uns para a vida eterna, outros para a vergonha e a infâmia eternas, os sábios brilharão como brilha o firmamento e os que ensinam a muitos a justiça brilharão para sempre como estrelas”.



A FÉ CRISTÃ NA RESSURREIÇÃO



Para nós cristãos morrer significa passar da morte para a vida, é ir ao encontro com o Pai e viver eternamente no seu convívio. Para os que crêem em Deus “a vida não é tirada, mas transformada”.



No Novo Testamento há inúmeras passagens que falam da ressurreição e da vida eterna. Esses textos são o fundamento da nossa fé e da nossa esperança. Vejamos alguns:



* Jesus, que foi crucificado. Ele não está aqui. Ressuscitou como havia dito”. (Mt. 28,5-6);



* “Ainda estavam falando, quando Jesus apareceu no meio deles, e disse: A paz esteja com vocês” (Lc. 24,36);



* “Jesus apareceu a dois deles, com outra aparência, enquanto estavam a caminho do campo” (Mc. 16,12);



* “Jesus disse: Eu sou a ressurreição e a vida. Quem acredita em mim, mesmo que morra, viverá. E todo aquele que vive e acredita em mim, não morrerá para sempre” (Jo. 11,25-26);



 * “Estou convencido de que nem a morte nem a vida, nem os anjos nem os principados, nem o presente nem o futuro… nada nos poderá separar do amor de Deus manifestado em Jesus Cristo, nosso Senhor” (Rm. 8,38-39);



* “O que os olhos não viram, os ouvidos não ouviram e o coração do homem não percebeu, foi isso o que Deus preparou para aqueles que o amam. Deus porém, o revelou a nós pelo Espírito”. (1Cor. 2,9);



* “O mesmo acontece com a ressurreição dos mortos: o corpo é semeado corruptível, mas ressuscita incorruptível; é semeado desprezível, mas ressuscita glorioso, é semeado na fraqueza, mas ressuscita, cheio de forma” (1Cor. 15,42-43);



 * “Nós sabemos: quando a nossa morada terrestre, a nossa tenda for desfeita, receberemos de Deus uma habitação no céu, uma casa eterna não construída por mãos humanas” (2Cor. 5,1);



 * “Com ele, vocês foram sepultados no batismo, e nele vocês foram também ressuscitados mediante a fé no poder de Deus que ressuscitou Cristo dos mortos” (Cl. 2,12);



 * “A voz do Arcanjo e ao som da trombeta Divina, o próprio Senhor descerá do céu. Então os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro” (1Ts. 4,16);



 * “Os homens morrem uma só vez e depois disso vem o julgamento” (Hb. 9,27);



 * “Os que vem da grande tribulação…Nunca mais terão fome, nem sede; nunca mais serão queimados pelo sol, nem pelo calor ardente. Pois o Cordeiro que está no meio do trono será o pastor deles; vai conduzi-los até as fontes de água de vida. E Deus lhes enxugará toda lágrima dos olhos” (Ap. 7,16-17);



 * “Felizes os mortos, aqueles que desde agora morrem no Senhor. Sim diz o Espírito, descansem, de suas fadigas, pois suas obras os acompanham” (Ap. 14,13).



 CONCLUSÃO



Os textos que lemos justificam as nossas orações pelos mortos, especialmente a Santa Missa, culto máximo de louvor, gratidão e adoração a Deus, Senhor da vida e da imortalidade. A missa de 7º dia está, portanto, fundamentada na Palavra de Deus. Com certeza, uma prece dirigida a Deus, por alguém vivo ou falecido, não lhe fará mal nenhum, pois rezamos ao Deus Pai, autor e Senhor da vida. Dessa forma participamos da Comunhão dos Santos, aqueles que estão na glória do céu, aqueles que esperam o dia do julgamento e nós que militamos neste mundo.






[1] “Chegando à eira de Atad, além do Jordão, fizeram uma grande e solene lamentação, e José celebrou, em honra de seu pai, um pranto de sete dias.”
[2] “Tomaram os ossos e os enterraram debaixo da tamareira, em Jabes. Depois disso jejuaram sete dias.”
[3] “Ela viveu centro e cindo anos na casa de seu marido, e deu liberdade à sua escrava. Morreu e foi sepultada em Betúlia junto de seu marido.”
[4] “Chora menos sobre um morto, porque ele achou o respouso.”

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