Cruz. Mistério incompreensível à racionalidade humana,
causador de espanto e encanto, pavor e tremor. Verdadeira expressão de trevas e
luz, derrota e vitória, morte e vida, ódio e amor um real símbolo permeado por
antagonia em sua designação. Qualificação contraditória talvez? Não, pois na
realidade sua qualificação primeira de maldição e pavor sede lugar a de benção
e esperança. Sua primeira qualificação é capaz de causar arrepios em quem
contempla sua finalidade original, instrumento de suplício. Pessoas nela
pendiam para findar suas existências de maneira cruel. Assim usada como símbolo
de maldição, castigo e tortura, maneira de malfeitores pagarem suas dívidas de
maneira terrível. Cruz – é então árvore que saída do chão produz um amargo
fruto, a MORTE. Contudo o que antes era sinônimo de morte transforma-se em
VIDA, quando a própria vida, o Cristo Jesus, nela pendeu concedendo a redenção
a humanidade maculada pelo pecado. Tal redenção já fora anunciada no Antigo
Testamento, basta que se relembre o ocorrido quando o povo desobediente se
rebelou contra Deus e Moisés e foram castigados com picadas de serpentes
venenosas. Moisés o grande intercessor do povo rogou por ele ao seu Senhor e
conquistou a graça. Deus em sua misericórdia ordena que uma serpente de bronze
fosse colocada sobre uma haste e quem olhasse para tal símbolo fosse salvo.
Contudo no Novo Testamento Cristo não levanta um símbolo, mas confere
significado ao antigo, elevando a si mesmo em súplica ao Pai. Nele o que
causava repulsa torna-se objeto de atração para àquele que deseja a redenção e
a vida.
Que ambiguidade, um objeto, dois sentidos, madeiro de
maldição re-significado pela própria vida. Madeiro lavado, pelo precioso sangue
redentor, de sua maldade. Madeiro que era para castigo para aqueles que deviam,
carrega em si aquele que se fez devedor justificando toda a humanidade. Ponte
de morte que hoje conduz a vida. Sem deixar de ser símbolo de sofrimento passa
a ser sinal de esperança.
“Ave, ó cruz, única esperança!”. Madeiro no qual pendeu a
salvação do mundo. Altar da perfeita redenção, coroa do cristão, que por ti
reinem os filhos de Deus sobre o mal. Que em tua loucura o homem vença a astucia
do mal. Pois, se “em Adão a árvore da vida tornou-se árvore da morte”, hoje a
certeza é que em Cristo a da morte torna-se árvore da vida. Ó Madeiro Sagrado!
Ó Bendita Árvore da Cruz, cujo fruto é o mais doce de todos, o Amor…
Fonte: Blog Diego Novaes.
Um comentário:
AMÉM!!! Excelente texto.
Postar um comentário